Plano de saúde negou exame: o que fazer diante da negativa
Dias e França 29/07/25 Serviços de saúdeNegativa de internação

Receber uma negativa de exame pelo plano de saúde pode gerar preocupação e insegurança, principalmente quando o procedimento é essencial para diagnóstico ou continuidade de tratamento.
Embora os contratos tenham cláusulas específicas, existem limites legais para o que pode ou não ser recusado. Saber o que fazer quando o plano de saúde negou exame é fundamental para proteger seus direitos e garantir acesso à saúde de forma adequada. Neste conteúdo, você vai entender em que situações é possível contestar a negativa, quais são os seus direitos e quais medidas tomar, inclusive judiciais, quando necessário.
Em que situações é possível processar?
Você pode processar o plano de saúde quando a negativa de exame viola direitos previstos em lei ou quando coloca em risco a sua saúde. Isso pode acontecer em diversas situações, como:
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Exames solicitados por médico credenciado foram recusados sem justificativa plausível
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O exame foi negado com base em prazos de carência já cumpridos
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A justificativa da operadora foi genérica ou contradiz recomendações médicas
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O exame é essencial para diagnóstico ou prevenção de agravamento do quadro de saúde
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A recusa causou atraso no tratamento e agravamento da condição clínica
A recusa imotivada ou contrária ao entendimento dos tribunais pode configurar falha na prestação do serviço e justificar ação judicial com pedido de indenização e cobertura do procedimento.
Quais os motivos mais comuns de negativa de exame?
É comum que os planos de saúde recusem exames com base em argumentos padronizados, nem sempre legais ou justificáveis. Os principais motivos alegados são:
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Exame fora do rol da ANS (isso não é motivo para negativa!)
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Exame solicitado por profissional fora da rede
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Carência contratual ainda em curso
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Pedido com falha no preenchimento ou ausência de relatório médico
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Justificativas técnicas sem explicação ao paciente
É importante lembrar que o rol de procedimentos da ANS é considerado o mínimo obrigatório, mas a Justiça admite que outros exames podem ser exigidos, dependendo da necessidade médica.
O que fazer logo após receber a negativa?
Assim que o plano negar o exame, é importante agir rapidamente para garantir que a situação seja documentada. As primeiras medidas devem incluir:
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Solicitar por escrito a justificativa da negativa
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Guardar o relatório médico que indica a necessidade do exame
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Salvar e imprimir e-mails, mensagens ou protocolos da operadora
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Registrar uma reclamação na ANS ou Procon, se for o caso
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Procurar orientação jurídica, se houver urgência ou recusa persistente
Essas ações formam a base de qualquer medida administrativa ou judicial futura.
Quais documentos são necessários para contestar a recusa?
Para contestar a negativa, seja por vias administrativas ou judiciais, é essencial reunir um conjunto de documentos que comprove a indicação médica e a recusa do plano. Os principais são:
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Pedido médico com indicação clara do exame
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Justificativa escrita da negativa, se houver
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Cópia do contrato ou carteirinha do plano
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Comprovante de pagamento da mensalidade
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Registro de reclamações feitas (protocolo, e-mails, print de aplicativos)
Quanto mais completa for a documentação, maiores são as chances de sucesso no pedido de cobertura ou em eventual ação judicial.
Como registrar reclamação nos canais oficiais?
Antes de entrar com ação, você pode tentar resolver a questão por meio de canais administrativos. Os principais são:
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Reclamação na ANS
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Plataformas como Consumidor.gov.br
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Ouvidoria da própria operadora
Essas ferramentas pressionam a operadora e, em muitos casos, levam à reversão da decisão sem necessidade de judicialização.
Quando procurar um advogado?
O apoio jurídico é indicado principalmente quando:
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O exame é urgente e a negativa compromete a saúde do paciente
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Já foram feitas tentativas de resolução e não houve retorno satisfatório
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A operadora não apresenta justificativa técnica ou legal para a recusa
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Há risco de agravamento da condição de saúde ou continuidade de tratamento
Nessas situações, o advogado poderá ingressar com ação com pedido de urgência para garantir a realização imediata do exame.
O que esperar de um processo judicial?
O processo judicial pode ser iniciado com um pedido de liminar, ou seja, uma decisão rápida que obrigue o plano a autorizar o exame antes do julgamento final.
Normalmente, o juiz analisa:
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A urgência e a gravidade do caso
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A prescrição médica
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A negativa da operadora
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A presença de documentação adequada
Se a liminar for concedida, o exame poderá ser realizado de imediato, e o restante do processo segue para julgamento de eventuais danos causados.
Como evitar novas negativas?
Algumas medidas podem reduzir as chances de enfrentar recusas futuras:
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Verificar se os pedidos médicos estão completos e claros
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Pedir que o médico justifique detalhadamente a necessidade do exame
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Consultar previamente se o procedimento está na rede autorizada
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Manter registros de todas as comunicações com a operadora
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Ficar atento a alterações no contrato e na cobertura assistencial
A prevenção, aliada ao conhecimento dos seus direitos, é essencial para lidar com operadoras que tentam limitar coberturas indevidamente.
Conclusão
Quando um plano de saúde negou exame, o beneficiário não precisa aceitar a decisão passivamente. A recusa pode ser contestada com base em documentos, recomendações médicas e direitos previstos em lei. Caso a operadora não resolva o problema pelos canais oficiais, é possível acionar a Justiça com o apoio de um advogado especializado. Com informações claras e organização, o paciente tem boas chances de garantir o exame necessário e proteger sua saúde.
Dias e França
Escritório focado em Direito do Consumidor
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