Como processar o iFood: guia completo para recorrer judicialmente
Dias e França 12/08/25 Advocacia Consumerista

Se você teve problemas ao usar o iFood, como atrasos, pedidos não entregues, cobranças indevidas ou até golpes envolvendo entregadores ou maquininhas, é possível buscar reparação judicial. Neste artigo, explicamos como processar o iFood, com base no Código de Defesa do Consumidor, e quais são os primeiros passos para quem deseja reivindicar seus direitos. Em qualquer caso, é recomendável consultar um advogado para receber orientação adequada ao seu caso.
Quais situações permitem processar o iFood?
Você pode considerar uma ação judicial contra o iFood quando há falhas evidentes na prestação do serviço. Entre os principais motivos estão:
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Pedido não entregue ou cancelado sem justificativa
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Entrega muito atrasada
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Cobrança duplicada ou indevida
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Alimentos com problemas de qualidade
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Golpes envolvendo entregadores ou maquininhas adulteradas
Mesmo que a falha tenha ocorrido por parte do restaurante ou do entregador parceiro, a empresa pode ser responsabilizada judicialmente, conforme decisões já reconhecidas por tribunais.
Quais leis protegem o consumidor nesses casos?
As principais normas aplicáveis estão no Código de Defesa do Consumidor (CDC), que garante:
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Direito à informação adequada e clara sobre os serviços
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Responsabilidade por danos causados por defeito na prestação do serviço
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Obrigação de cumprir aquilo que foi ofertado
Esses dispositivos permitem ao consumidor exigir indenização quando a empresa não cumpre sua parte corretamente.
Quais provas são importantes para entrar com a ação?
Antes de iniciar o processo, é fundamental reunir documentos que comprovem os fatos:
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Capturas de tela do pedido, prazos e conversas com o suporte
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Notas fiscais ou comprovantes de pagamento
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Fotos ou vídeos do produto com defeito ou do erro na entrega
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Protocolos de reclamações em canais oficiais, como Procon ou Consumidor.gov.br
Essas provas fortalecem o seu pedido e ajudam o advogado a estruturar a ação de forma mais segura.
É necessário tentar resolver com o iFood antes?
Sim. Sempre que possível, tente resolver diretamente com a empresa por meio dos canais de atendimento disponíveis no próprio aplicativo. Registre as tentativas e guarde os comprovantes. Essa postura demonstra boa-fé e costuma ser bem-vista pelo Judiciário, além de evitar a judicialização em alguns casos.
Reclamar no Procon ou no Consumidor.gov ajuda?
Sim. Reclamar em órgãos como o Procon e na plataforma Consumidor.gov.br é um passo importante, especialmente quando a empresa não responde de forma satisfatória. Além de serem alternativas extrajudiciais eficazes, esses registros podem ser usados como prova na ação judicial.
Como dar entrada em uma ação judicial?
Se o valor da causa for de até 40 salários mínimos, é possível entrar com a ação no Juizado Especial Cível. Para causas de até 20 salários mínimos, o consumidor pode ingressar sem advogado, mas é altamente recomendável buscar orientação jurídica desde o início, para garantir que os direitos sejam corretamente apresentados e defendidos.
O processo exige:
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Dados pessoais e descrição clara dos fatos
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Fundamentação com base nas leis aplicáveis
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Indicação dos prejuízos sofridos (materiais e/ou morais)
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Apresentação das provas coletadas
Que tipo de indenização posso solicitar?
Os pedidos mais comuns incluem:
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Danos materiais: reembolso do valor pago ou prejuízos financeiros comprovados
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Danos morais: em casos de frustração grave, constrangimento ou golpes
A viabilidade desses pedidos depende da análise jurídica do caso concreto. Por isso, consultar um advogado é essencial para avaliar quais são as chances e estratégias mais adequadas.
Existem decisões favoráveis contra o iFood?
Sim. Tribunais de diferentes estados já reconheceram o direito de consumidores à indenização por falhas na entrega, cobranças indevidas e até fraudes praticadas durante o recebimento do pedido. Cada decisão, no entanto, depende do contexto específico e das provas apresentadas.
O que acontece depois de entrar com a ação?
Após o protocolo da ação, o iFood será intimado a se manifestar. É marcada uma audiência de conciliação e, caso não haja acordo, o juiz segue para decisão final. Se a sentença for favorável, o consumidor poderá receber os valores devidos. Um advogado poderá acompanhar todo esse processo, orientar nas audiências e garantir o cumprimento da decisão.
Conclusão
Entender como processar o iFood é o primeiro passo para fazer valer seus direitos como consumidor. Embora existam caminhos acessíveis, cada caso deve ser analisado individualmente para verificar sua viabilidade. Por isso, contar com o auxílio de um advogado é fundamental para avaliar provas, elaborar a petição e conduzir o processo com segurança jurídica. Se você passou por uma situação semelhante, busque orientação especializada e informe-se sobre seus direitos.
Dias e França
Escritório focado em Direito do Consumidor
Dias e França é um escritório com atuação Nacional, focado em defender os consumidores.